Segunda-feira, e decidi vir aqui falar de algo pouco falado. Porque afinal na maternidade só se costuma mostrar as rosas e não os espinhos.
Talvez por vegonha, por aqueles que julgam sem saber ou sem passar "por elas", sem saber o que é realmente, o que é, e o que sentimos e como nos sentimos.
Já algum tempo que falei aqui no blogue de depressão pós parto, e passo-vos a deixar AQUI, um pouco da minha história.
Eu tive depressão pós-parto, finalmente que me sinto bem, mas está na hora do desmame dos medicamentos. E então? Então, mais um espinho onde estou constatemente a sentir a dor no meu corpo.
Fazer desmame de medicação para depressão, não é de todo fácil. Eu segui o tratamento à risca, e estou a fazer o desmame, após longos meses de tratamento, como me foi indicado pelo médico.
Mas sabem o que é um vulcão em constante erupção?!
Assim sou eu. O bom, é ter um marido compreensivel, e perceber que estou numa fase menos boa, para ficar numa fase fantástica. Porque o coitado é que sofre com as erupções do vulcão. O resto é tranquilo.
Só para quem me conhece bem, olha nos meus olhos e vê que durante o dia há momentos que mais vale estar calada, quietinha, sossegadinha, e depois de passar, já podem abrir a boca para falar comigo.
O que mais me tranquiliza, é que apesar deste fervilhar de sentimentos, só um me é constante e me calma: a minha filha.
É incrivel.
Talvez porque a ache especial...
Porque sou a Mamã dela e vejo super poderes de cura na minha menina.
Mas Mãe que é mãe é assim. Pode desabar o Mundo, mas se as crias estão bem, o resto não interessa.
Nesta fase de desmame de antidepressivos, é a fase que estou a concentrar todas as minhas energias em mim, pois necessito.
Recebo o amor, a paz, a tranquilidade, daqueles que demonstram preocupação, amor e carinho por mim, dos poucos mas os melhores amigos que tenho e da minha familia.
Tem sido dificil aceitar, como foi de aceitar a depressão pós parto, que o desmame, faz me continuar a precisar de ajuda e de apoio dos meus queridos.
Mas nesta semana que refleti, que quis vir desabafar um pouco da minha vida aqui no blogue, porque poderá haver mais pessoas assim, sem talvez conseguirem compreenderem o que está a passar, perdi a vergonha de ser apontada como "olha esta está maluca", "passou-se" e finalmente aceitar mais uma vez a ajuda da familia e dos amigos, e olhar para tudo isto como uma realidade.
E que se dane a opnião dos outros.
Eu estou aqui, e depois desta fase, fico certamente FANTÁSTICA.
Porque a Mamã é forte, luta contra tudo para vencer, e tem os melhores a amá-la.
Agora um conselho a quem menos entende do assunto: Não julguem, ajudem...
Graças a Deus eu tenho quem o faça por mim, mas á muita gente a passar por a depressão pós parto, ou mesmo depressão, e até mesmo pela recuperação sózinhas. E estar só é como faltar o sol, num céu azul, completamente limpido.
Beijinhos a todos com muita coragem... e grata ao Universo por todos os ensinamentos que me tens dado.
Já o amei por ser criança, e já o "odiei" pelo fato de crescer e deixar de acreditar na fantasia que era dada à época, pelo simples fato de não ser a realidade que morava em casa.
Voltei apaixonar-me no ano que engravidei.
Mais me apaixonei no ano em que a Princesa cá de casa nasceu. Foi como se me devolve-se a magia do Natal à Mamã.
Este ano, terá se Deus quiser, 20 meses. O que dará-lhe um pouco mais de compreensão sobre o Natal. Não pelo o seu significado biblico, mas sim, que afinal isto até é "fixe", recebe prendas, há festarola de familia, etc.
Nunca, em tantos anos, senti-me tão anciosa pela época natalicia.
Dar magia à nossa casa, ver a reacção da Princesinha, ter a familia (possivel) reunida, e que dentro dos nossos meios, que estejamos unidos, felizes, com saúde e paz.
Imagino árvore de Natal cheia de prendas, não para nós grandinhos, mas para ela. A magia de abrir cada presente e ver a sua cara de surpresa, alegria ou indeferença.
É sempre uma incógnita, as reacções.
Mas o que é certo é que a Mamã está anciosa por ela.
Será que a magia do Natal somente é devolvida a mim, Mamã, por o meu novo estatuto?
Ou todas por ai sentem que a maternidade devolveu-vos a fantasia?
Eu por aqui continuo à espera...a "imaginicar" afinal como será este ano o Natal cá por casa.
Beijinhos muito grandes da Mamã Zen, Mamã com estilo...
Estamos constantemente a colocar as nossas forças em prova.
São diárias as batalhas, as lutas...
Para uns não é nada, para outros é alguma coisa, para outros sempre se preocupam, e ainda outros que estão sempre lá mesmo quando não dizem uma palavra.
Aos que dizem que "não é nada" e não sabe o esforço que é diariamente para manter de pé, eu e a vida de quem me rodeia, ignoro, e classifico. Sim, classifico. Classifico por aqueles que não vale a pena.
Para os que é alguma coisa, para os que se preocupam e para os presentes ausentes, merecem a minha consideração e respeito com todo o amor e gratidão.
Entende da vida, passa por semelhanças, e pelo menos uma vez da vida já tropeçou e teve que levantar-se.
Escrevo mas não sei porque escrevo. Só sei que me quero expressar.
Não consigo ser pilar de todos, todos os dias. Por vezes também preciso de abrigo.
Meu silêncio não é bom. Talvez depare-me com sinal de cansaço das pessoas, em modo geral.
A minha verdadeira alegria é aquela a que me chama Mãe.
Aquele que construiu familia comigo.
Aos que me deram vida.
E aos que me acolhem como filha.
Mais três ou quatro que guardo todos os dias junto do meu coração.
Tudo isto, para dizer que silêncio não é sinal de esquecimento.
Que se tivesse que me ocupar com a vida de todos, não tinha tempo para minha, e para as minhas coisas. Se já assim ele é escasso, faria se fosse de outra forma.
Canalizar as nossas energias para nós próprios não é sermos egoistas, é cuidar de nós.